Nissan Versa Sense manual é ‘basicão’, mas agrada por nível de equipamentos

A Nissan lançou no fim do ano passado a aguardada nova geração do Versa. O sedã compacto que era amado por motoristas de aplicativos e taxistas, passou por um enorme banho de loja para ficar atrativo também para o consumidor final e conseguiu. O modelo manteve as boas qualidades que tinha da geração anterior – e alguns problemas também.

Em sua versão de topo, Exclusive, tem uma série de tecnologias que o colocaram em um novo patamar em relação aos rivais, tornando-o não só bonito, mas também bem equipado e moderno no que diz respeito à lista de equipamentos. Ok, mas e para quem quer um “basicão”?

Essa é a pergunta que vamos responder aqui, com a avaliação da versão de entrada, Sense, do Versa. Fomos mais longe ainda e optamos pela variante com câmbio manual, a única disponível na gama, para responder se por R$ 76.890 ela é uma boa escolha.

Design e espaço interno

Aqui residem dois dos maiores trunfos do novo Versa, mesmo na versão de entrada. O sedã mantém toda a classe e beleza das opções mais completas em termos de visual. Verdade seja dita, era difícil na nova geração fazer um carro que não tivesse apelo visual quando a comparação era a geração antiga.

Ainda assim, a nova linguagem visual da Nissan caiu muito bem no Versa. A dianteira com o V-Motion, as barras pretas que formam um V ao redor da grade do motor, e que está presente em todos os modelos disponíveis da Nissan, traz elegância, um pouco de agressividade e a sensação de um porte maior ao sedã. Na traseira, as lanternas invadem as laterais e tem um desenho moderno. Olhando de lado é possível ver como o carro está mais elegante e as linhas gerais dão mais estilo. Na versão Sense, as rodas são de aço e de 15 polegadas, mas até no desenho das calotas a Nissan fez um bom trabalho.

Por dentro, o Versa tem boas melhorias e mantém alguns detalhes da versão de topo, mesmo na básica. O painel tem um faixa de couro sintético que dá elegância ao modelo. A redução de custo pega no painel de plástico duro e nas portas. Mesmo assim, a Nissan fez um trabalho nos puxadores de porta que o plástico tem uma textura que lembra o padrão visual da fibra de carbono.

Em termos de espaço, o Versa Sense mantém uma das qualidades do produto. Quem vai na frente tem muito espaço, consegue encontrar a melhor posição de dirigir e tem uma ergonomia exemplar no acesso aos comandos. Quem vai atrás também está bem acomodado, mesmo o ocupante do meio, em espaço para os ombros e para as pernas.

Consumo e desempenho

Se o novo Versa manteve algo não tão positivo da geração anterior foi a motorização. O motor ainda é o quatro cilindros 1.6 flexível que rende 114 cv e 15,5 mkgf. Na versão de entrada Sense, vem associado ao câmbio manual de cinco marchas de trocas fáceis e engates relativamente curtos para um modelo que não tem aspirações esportivas.

Desempenho não é o forte desse conjunto, mas com o câmbio manual é possível mitigar o comportamento lento em retomadas e ultrapassagens que conhecemos das versões com câmbio automático CVT. Não chega a ser um grande ganho, mas você consegue lidar melhor com a falta de potência e torque nessas situações, já que pode antecipar as trocas, se preciso.

Em termos de consumo, o motor não foge muito do que é a média do segmento, mas tem um rendimento adequado. Associado ao câmbio manual, na cidade faz 8,1 km/l com etanol e com gasolina 11,8 km/l. Já em ciclo rodoviário, são 9,6 km/l usando o derivado de cana-de-açúcar e 13,8 km/l com o combustível fóssil.

A diferença não é grande como em outros modelos se comparado aos números da versão com câmbio automático. O Sense CVT com etanol faz 8 km/l na cidade e 11,7 km/l com gasolina. Na estrada, os números são de 10 km/l e 13,9 km/l com etanol e gasolina, respectivamente. Isso mostra que, a não ser quem quer o prazer de trocar marchas, não se justifica a escolha pelo câmbio manual no Versa.

Sedãs geralmente se destacam pela dirigibilidade acertada. Não é diferente o caso do Versa. Apesar de ser mais focado em conforto no ajuste de suspensão e direção, o carro preza pela estabilidade, coisa que o centro de gravidade reduzido ajuda bastante. Nas curvas, ele balança muito menos do que o antecessor e isso foi um dos trabalhos que exigiram mais da engenharia da Nissan em termos de melhoria e ela conseguiu entregar um ajuste adequado e bastante honesto, sem prejudicar o conforto.

A direção está longe de ter respostas diretas e precisas, mas vai agradar quem passa o dia todo atrás do volante, ou mesmo o consumidor que apenas não quer ter esforço atrás da direção.

Equipamentos

A parte mais surpreendente do Versa Sense é a lista de equipamentos. Em uma versão de entrada, geralmente pequenas comodidades ficam de fora, mas não é o caso do sedã que traz até coisas que não se espera de um modelo basicão.

Dois destaques nesse sentido da lista de equipamentos são a chave presencial com partida por botão e o comando elétrico de ajuste dos espelhos retrovisores externos. Há ainda ar-condicionado, ajuste de altura e distância do volante, banco do motorista com ajuste manual de altura, sensor de estacionamento traseiro, volante multifuncional com comando de áudio e telefone, assistente de partida em rampa e rádio com entrada USB e Bluetooth.

O painel de instrumentos é simples, mas traz um computador de bordo com o básico, mas essencial, em termos de dados. O pacote fica completo com trio elétrico, desembaçador do vidro traseiro, abertura interna do porta-malas e travamento das portas em movimento.

Manutenção e segurança

O Nissan Versa tem um bom pacote de segurança embarcada desde a opção mais barata. O Sense já traz seis airbags de série (dois dianteiros, dois laterais para os bancos frontais e dois de cortina, que pegam também os bancos traseiros), controles de tração e estabilidade e freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem. Além disso, o banco traseiro traz sistema de fixação ISOFIX para cadeirinhas de bebês e crianças.

As seis primeiras revisões do Versa têm valor total de R$ 3.078, uma média de R$ 513 para cada revisão de 10 mil km. O valor individual é de R$ 413 para a primeira, terceira e quinta revisões. A segunda, quarta e sexta tem valor de R$ 613, cada. Não é um valor exorbitante nem termos gerais, menos ainda individualmente.

Mercado

O Versa Sense tem muita qualidade para encarar rivais menores e outros que já são da categoria “sedãs compactos, porém grandes”, digamos assim, como é o caso do Onix Plus e do Virtus. Com as mudanças de visual e estrutura, ele se colocou nessa categoria, enquanto antes tinha que se contentar em disputar espaço com Voyage, Logan, entre outros no andar debaixo.

Particularmente a versão de entrada é bem completa e atraente para quem procura um sedã dessa linha com câmbio manual. Resta esperar que a Nissan não faça mudanças após o primeiro ano de vendas que deixem o três volumes mais pelado, como o ocorreu com o Chevrolet Onix Plus na mudança de ano-modelo.

Fonte: UOL

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